São Paulo (SP) – A noite da última segunda-feira (22) foi marcada por mais uma reunião virtual para as republicanas. Com a presença de mais de 200 mulheres, mães e professoras, o evento teve como foco discutir a importância de um olhar especial para a educação infantil, principalmente neste momento de pandemia e isolamento social. Para tratar do tema, a conversa teve como convidada a advogada e presidente do Instituto Vida São Paulo, Andrea Neri Santana.
Filha de uma funcionária pública e tendo como referência o valor da educação desde pequena, Andrea Neri ofereceu um norte sobre como a educação influenciou sua vida até hoje e, consequentemente, lhe destinou a gestão do Instituto Vida, organização sem fins lucrativos e responsável pela administração de ao menos sete Centros de Educação Infantil (CEI) na zona leste da capital paulista.
“Desde pequena meus pais colocaram a educação como o maior pilar. Sempre tive como base esse ensino público, e independentemente de ter cursado uma escola pública, eu tinha prazer em estudar”, conta Andrea, que também afirma utilizar-se da faculdade em Direito para poder gerir o Instituto e dar apoio para pessoas que têm em sua fala alguma referência.
“E antes do Direito fui mãe, com 18 anos de idade. E ser mãe pra mim foi algo que me deu um objetivo maior na vida. Eu tenho minha filha como o meu maior combustível”, diz a gestora ao explicar a sensibilidade sobre a educação das crianças e sua força diante do projeto social.
Andrea conta que foi a partir do primeiro projeto do instituto que a sua visão sobre a educação infantil se transformou. “Comecei a ter como base as demais profissionais, porque nunca fazemos isso sozinhas. Quando abrimos a primeira unidade e adentramos nesse mundo da educação infantil, descobrimos o quanto ele é amplo. Entendemos melhor sobre qual é o papel do professor ali, que começa no âmbito de desenvolver e dar autonomia [para as crianças]”.
Educação infantil e a quarentena
Com o avanço do coronavírus e a obrigatoriedade da quarentena, Andrea lembra que há cerca de três meses houve a necessidade de que professoras, crianças e seus familiares passassem por um processo de mudanças, que ainda permanece, e agora inclui o uso da tecnologia devido ao ensino à distância. “Como vamos conseguir acessar essas crianças?”, se perguntou no início. “Antes o processo era entre a professora e a criança, e agora nós tivemos que fortalecer também o vínculo com a família”.
A presidente do Instituto ressalta que a proposta é de que todos os envolvidos nesse processo de educação possam conhecer a comunidade onde estão inseridos, entendendo que os pais e a família em geral são os multiplicadores desse conhecimento e que, por isso, também precisam se sentir e ser incluídos.
Embora atue com poucos recursos, em um desafio tecnológico para muitas parceiras, e através de multipapeis, sendo mulheres, mães e seres humanos em si, Andrea Neri afirma que será possível sair como “vencedoras desta pandemia”, uma vez que “a rede parceira conseguiu fazer com que essas mulheres saíssem como protagonistas dessa história”.
Toda forma de inclusão
Além da inserção da família no desenvolvimento educacional das crianças, a republicana e participante Camila Tapia, que luta por direitos e pela conscientização relacionada a doenças raras, lembrou da importância em se falar da inclusão de crianças portadoras de deficiências.
Ainda de acordo com Camila, as profissionais da rede parceira devem se permitir fazer tudo o que for possível para que haja sucesso na evolução desse ensino. “Da mesma forma com que eu tenho que me adaptar para ser uma mãe completa para o meu filho”, diz a republicana, que é mãe do Théo, de 4 anos, e é portadora da ataxia de Friedreich, doença degenerativa que afeta a coordenação dos movimentos. Camila também parabenizou todas as mulheres responsáveis por conduzir esse trabalho social de desenvolvimento das crianças.
Atualmente, segundo Andrea Neri, as CEIs procuram métodos de inclusão através de uma rede de apoio, que conta com nomes como o Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão (CEFAI) e o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), uma vez que as deficiências vão além da questão física, mas pode envolver também a intelectual. “A deficiência não pode ser entendida como limitante. O nosso desejo não é incluir essas pessoas dentro de uma casa, mas dentro da sociedade”, explica Andrea.
Para a secretária municipal do Mulheres Republicanas Capital SP, Zuleika Ferreira, que ressaltou a importância do trabalho das CEIs na zona leste, a sensibilidade neste trabalho faz a diferença. “Com todo o amor que a equipe cuida, nós teremos grandes mulheres e homens que nos respeitam. Parabéns por fazer esse trabalho humanizado”, disse.
Próxima Reunião
Conforme adiantou a secretária executiva do Republicanos Capital SP e uma das organizadoras do evento, Jessica Cardoso, a próxima reunião com as mulheres está prevista para ocorrer em 15 dias. A conversa terá a presença da advogada Patrícia Alonso, ativista contra a Lei da Alienação Parental; e a promotora de justiça do Ministério Público de São Paulo, Eliana Passarelli, que irá abordar sobre a questão criminal da referida lei.
Para o presidente municipal do Republicanos Capital SP, Marcos de Alcântara, reuniões como essa são importantes. “É uma iniciativa muito boa. Só existe um caminho para melhorar a nossa cidade, e a melhor maneira de falar sobre política é discutindo, trocando idéias. Enquanto muitos partidos utilizam as mulheres como laranjas, nós estamos acendendo a chama da política no coração das mulheres”.
Texto: Flávio Ribeiro/ASCOM Republicanos Capital SP
Foto: Reprodução
2 thoughts on “Mulheres, mães e professoras debatem sobre educação infantil inclusiva na capital paulista”
Muito importante termos mulheres educadoras envolvidas na política só assim a educação terá melhoras significativas para essa nova geração.
Desde que estou participando das luvas das mulheres republicanas percebi mais ainda que lugar de mulher é onde ela quiser e que nos mulheres temos que lutar sempre para novas conquistas.Parabens aos envolvidos pela iniciativa deste programa.