São Paulo (SP) – Em um bate-papo virtual marcado pelas necessidades que a violência impõe às mulheres, centenas de republicanas e simpatizantes se uniram na última segunda-feira (01) para reforçar a campanha constante em favor do fim da violência contra a população feminina no Brasil. O ato acontece após o registro de que no último mês de abril houve um aumento de cerca de 40% no número de denúncias pelo Ligue 180, em comparação com o mesmo período de 2019, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH).
Incitadas pela missão de proteger umas às outras, mais de 175 mulheres presentes na reunião acompanharam relatos de vítimas da violência e conheceram alguns dos projetos que transformam acontecimentos como esses em histórias de coragem e superação. Como é o caso de Silvana Maria, vítima de um ex-companheiro, com quem teve um relacionamento de 12 anos e uma filha, e que foi responsável por lhe aplicar 17 facadas na face e no crânio. “As agressões começaram com empurrões, chutes e pontapés. Até que um dia eu já estava em medida protetiva, ele me seguiu e pulou o muro [de casa]. Ser humano nenhum merece isso. É difícil entender”, contou.
Com mais de dez fraturas, a repercussão do caso de Silvana chegou até a cirurgiã especialista em dermatologia, Carla Góes, responsável pelo projeto “Um Novo Olhar“, que auxilia mulheres vítimas da violência doméstica através da reconstrução facial e de rodas de conversa.
“A Silvana é uma das sobreviventes [desse tipo de violência]. É uma violência silenciosa, que começa de forma emocional, depois verbal, patrimonial e física. A Silvana foi um presente de Deus na minha vida. [Durante o tratamento] ela sempre falava que queria ficar bem para ser um exemplo para as outras mulheres”, diz a médica Carla Góes, que aprendeu a ver o tema de maneira sensível quando ainda criança, época em que vivia com os avós.
Superar e resistir
Para mulheres como Silvana e tantas outras, donas de relatos tão sensíveis, a superação do trauma passa pela sororidade, isto é, a empatia de uma mulher para com a outra. “Nós temos que denunciar. Nós somos mulheres e somos guerreiras.” Como reforço da campanha “Eu me importo, e você?”, as mulheres presentes na reunião trocaram diversas mensagens de apoio.
“Só de estar aqui eu já sei que você lutou pela sua vida. E eu desejo de todo o coração que você se sinta abraçada por todas nós”, disse a secretária executiva do Republicanos Capital SP e organizadora do evento, Jessica Cardoso, após ouvir o relato de Silvana.
“Todas nós importamos. Pra mim é um prazer ser mulher. E como secretária [municipal do Mulheres Republicanas], me exige uma responsabilidade, pois sou como um espelho que reflete vocês”, afirmou Zuleika Ferreira, responsável pela campanha de conscientização.
“Fazer parte desse trabalho é uma honra pra mim. Levar mais mulheres a ocupar esse espaço é uma missão para todas nós”, afirmou a deputada federal (Republicanos/SP) e secretária estadual do Mulheres Republicanas, Maria Rosas, que também parabenizou a presenças das representantes regionais do Estado de São Paulo.
Para a prefeita de Francisco Morato, Renata Sene, que se disse sensibilizada pelos relatos apresentados durante o encontro virtual, essa violência deve ser tratada como uma preocupação pública. “Estamos em pleno século XXI e discutindo medidas de proteção para as mulheres.” Ainda de acordo com a prefeita, que possui formação em assistência social, “é importante que a mulher tenha voz” para que elas mesmas possam desenhar as políticas públicas que irão lhe atender, e isso passa também pelas pré-candidatas, que têm a oportunidade de utilizar essa situação como um megafone e se unir com outras mulheres.
Mensagem do presidente
O presidente municipal do Republicanos Capital SP, Marcos de Alcântara, participou brevemente da reunião, para transmitir uma mensagem às participantes. Segundo ele, que se mostrou feliz pelo grande número de mulheres presentes, a iniciativa foi excelente. “Isso precisa ser dito, todos os dias e todas as horas”, disse, lembrando que o movimento de mulheres no Republicanos não é tratado com um setor ou como uma cota, mas sim como uma política fundamental e especializada.
Próxima reunião
O movimento de mulheres se reúne na próxima segunda-feira (08), às 20h, também pela internet, com a convidada Cristiane Britto, Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). O link para participar será divulgado aqui.
Texto: ASCOM Republicanos Capital SP
Fotos: Reprodução
2 thoughts on “Movimento com centenas de mulheres promove união pela proteção da vida feminina”
Tive o privilégio de participar da reunião e ouvir depoimentos e conteúdos relevantes. Estou ansiosa para o próximo encontro.
BOA TARDE, EU DENUNCIO!!! E VOCÊ??? NÃO ACREDITO COMO HA “HOMENS” QUE FAZEM ESSES TIPOS DE TORTURAS, NÃO TEM OUTRO NOME. NÃO SÓ MULHERES MAS TODAS AS PESSOAS TEM QUE DENUNCIAR ESSES CRIMINOSOS!!! MAS INFELIZMENTE TEM PESSOAS QUE ACEITAM SER HUMILHADAS, CHAMAM A POLICIA E TALVEZ POR UM STATUS, MEDO… DEIXAM PARA LÁ. ESPERO QUE TENHA DADO MEU APOIO COM ESSAS POUCAS PALAVRAS VERDADEIRAS.